segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Análises e Notícias II - 2013

Metade do que é gasto no país vai a Dívida
Dinheiro que deveria ir para educação, saúde, saneamento, moradia, cultura, ciência e tecnologia, e outras necessidades da população, vai para o ralo!

O governo gosta de repetir a ladainha de que não há dinheiro. No discurso oficial, falta verba para a educação, para aumentar efetivamente o salário mínimo e recuperar as perdas salariais dos/as aposentados/as e pensionistas. Em 2012, uma grande discussão ocorreu em torno da aprovação da Emenda 29, que prevê mais recursos à saúde. O governo Dilma fez chantagem, disse que não há verbas e que seria preciso até criar um novo imposto se o projeto for aprovado.

A verdade, no entanto, é que há muito dinheiro. O que acontece é que, ano a ano, bilhões de reais acabam escorrendo pelo ralo da dívida pública (dívidas interna e externa). Ano passado, por exemplo, o governo destinou R$ 954 bilhões para o pagamento da dívida, o que representa quase a metade (49,15%) de todo o Orçamento Federal. É uma montanha de dinheiro, que enche os bolsos de banqueiros daqui e do exterior.

O pior é que a dívida é um saco sem fundo. Já foi paga várias vezes. No governo Lula (2003-2010) foram pagos R$ 2 trilhões da dívida interna aos banqueiros, valor muito superior ao pago por FHC (1995-2002: R$ 1,23 trilhão). Hoje, a mesma dívida interna ultrapassou os R$ 2 trilhões. Ou seja, o governo pagou com juros e amortizações um valor maior que a própria dívida.

Corte no social

O ralo da dívida faz com que os investimentos em saúde, educação, habitação, reforma agrária e outros fiquem espremidos. O Orçamento consolidado de 2010 mostra isso. Em 2010, 44,93% foram para a dívida. Saúde ficou com apenas 3,91% do bolo e educação, míseros 2,89%. É vergonhoso! O gasto da dívida foi 11 vezes maior do que os recursos aplicados em saúde e 15 vezes maior aos investimentos em educação.

Os governos Lula e Dilma dizem de boca cheia que defendem os trabalhadores pobres. O Bolsa Família, apresentado como carro-chefe dos programas sociais, tem uma verba em 2011 (R$ 13,9 bi) que é 68 vezes menor em relação ao montante reservado para sugadores de nossas riquezas. É a prova de que o programa que Lula e Dilma promovem, na verdade, é o Bolsa Banqueiro.

MAS NÃO PAGAMOS A DÍVIDA?

Um mito muito divulgado pelo governo Lula foi de que o país havia quitado a dívida externa com o FMI. A verdade é que isso não passou de uma farsa. Em 2005, o Brasil pagou antecipadamente a dívida com o FMI mediante a emissão de novas dívidas interna e externa com juros ainda maiores dos que eram pagos até então. Um péssimo negócio. Um crime lesa pátria, é bem verdade!

“Não pagamos a dívida. Ela simplesmente mudou de mãos e em condições mais onerosas”, disse a coordenadora da Auditoria da Dívida Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli. Para o dirigente nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes, é preciso parar de pagar a Dívida. “Falam que se não pagarmos a dívida, haveria um caos. Mas não já vivemos num caos em termos de saúde, educação e moradia?”, questionou. “O caminho é parar de pagar uma dívida, que já foi quitada há muito tempo, para resolver os problemas que castigam os brasileiros”, afirmou.

Por: SEPE-Niterói
(com informações do SindMetal-SJC, CSP-Conlutas, Intersindical e Auditoria Cidadão da Dívida)

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